quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Agora ou nunca


Vivo o poder do agora
O poder do não dizer 
para não ser mal interpretada
De não poder ouvir 
pois as palavras não são ditas
De ter que adivinhar
mesmo sem ser mágica

Vivo o agora
Amanhã passa
E se passará
Quem dirá?
Às vezes o silêncio 
é muito pior
do que qualquer palavra.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Cecília Meireles


Um pouco de poesia para acalentar o coração ...não faz mal a ninguém não é mesmo?

Mais de Shakespeare...

ROMEU

Senhora, juro pela santa lua

que acairela de prata as belas frondes

de todas estas árvores frutíferas

JULIETA

Não jures pela lua, essa inconstante,

que seu contorno circular altera

todos os meses, porque não pareça

que teu amor, também, é assim mutável. 


Não é lindo?? :-P

Um pouco de inspiração

Que obra-prima é o homem! Como é nobre pela razão! Como é infinito em faculdade! Em forma e movimentos, como é expressivo e maravilhoso! Nas ações, como se parece com um anjo! Na inteligência, como se parece com um deus! A maravilha do mundo! Protótipo dos animais!

William Shakespeare (do Ato II, cena II, de Hamlet).

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Carnaval e Infância


Clube Petropolitano. Um lugar mágico, em que passei todos os carnavais da minha infância. Lá aprendi a gostar de marchinhas, a ver os meninos com outros olhos. A jogar serpentina, confete e receber água das ingênuas garrafinhas de lance-perfume jogadas pela meninada dentro do carro. Tínhamos que fechar a janela para não sermos atingidos. Uma grande curtição.

As fantasias que usei eram incríveis: cigana, odalisca, viúva Porcina, empregada...qualquer tema era válido se garantisse a diversão.
Era apenas uma criança que participava das matinês.

Depois, na pré-adolescência, participava dos bailes noturnos, que acabavam meia-noite. Uau! Mas mudada: agora maquiada e com roupitchas da moda. Me lembro da minha prima, Verinha, ainda menor de 12 anos, colocando batom vermelho e roupa de mais "adulta" para confundir os seguranças e conseguir entrar e curtir com a gente. Me lembro do meu primo saudoso e que virou uma estrelinha muito especial lá no céu, João, a quem guardava uma paixão secreta, indo ao baile e sem nem notar que eu existia. Não tinha problema, a sua presença já acalentava meu coração de menina que estava começando a aprender sobre a paixão.

Foram anos especiais na minha vida. Inesquecíveis. Com a minha família, primas e primos muito queridos. Quantas carnavais gostosos! Quantos momentos maravilhoso!

É por isso que Carnaval para mim tem um sabor especial, tem gosto de fantasias, descobertas, amadurecimento, tem gosto de medo dos trovões de Petrópolis, de colo de pais, de afago de irmão, de tio saudoso e querido, meu dindo que já se foi. De brincadeira de criança, de novos amigos, tem gosto de energia boa. De Colombina em busca do seu Arlequim, ou Pierrot. Tem gosto de infância.

E o Carnaval chegou! Isquindô Isquindô!

Taí eu fiz tudo pra você gostar de mim Ai meu bem não faz assim comigo não  Você tem você tem que me dar seu coração  Meu amor não posso esquecer Se dar alegria faz também sofrer A minha vida foi sempre assim Só chorando as mágoas que não têm fim   Essa história de gostar de alguém Já é mania que as pessoas têm Se me ajudasse Nosso Senhor Eu não pensaria mais no amor  
Joubert de Carvalho, 1930
Não se faz mais Carnaval como antigamente...é por isso que os blocos de rua continuam em alta! 79 anos de música boa. Vamos celebrar o passado!  E prestar nossa homenagem aos antigos poetas do Carnaval! 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

BBBBBBBBBBBB


Er...tenho que confessar uma gafe...eu vejo BBB! Pronto, falei. Toda nova edição eu digo: "ah Carolina, não perde seu tempo, vai ler um livro!". Mas o que acaba ocorrendo é que, vejo BBB e leio um livro...então que mal tem? 
Adoro o comportamento humano, não é à toa que faço análise e uma das minhas monografias foi sobre o mundo cão, na época inspirado pelo programa do Ratinho. Ah vai, não me ache desprezível por isso, sou só uma grande curiosa. Gosto de ver do que as pessoas são capazes de fazer. Por dinheiro, por amor, ou por 5 minutos ou 5 semanas de fama. Não importa. Acho interessante. E daí? O cara que cobriu uma guerra apresenta o programa e tá lá, sem se importar em ser criticado. A única guerra que cobri até hoje foi a da minha própria existência, um conflito individual(ista). Nem escrevi nenhum livro. O cara escreveu e tá lá. Então, "tô nem aí, tô nem aí...". Quem ri por último ri melhor! Mesmo que o último a rir seja apenas o palhaço e esse, ri sempre. Mas ser palhaço também não é um comportamento humano muito interessante?
Hummm...Fico aqui.... pensando...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ahhh moleque!


Alguém aí já acessou o Mundo Canibal? Juro, não é post pago, até porque só tenho um singelo e muito simpático e caridoso seguidor. Mas o Mundo Canibal me diverte. Meu namorado me apresentou há cerca de 2 meses e, apesar de muitas das animações serem extremamente toscas, algumas são realmente engraçadas. E viraram jargão aqui em casa. Meu cachorro virou o "Ahhhh moleque" quando faz algo de errado. E olha que ele nem usa Havaianas de Pau, pelo contrário, ele destrói as tradicionais mesmo. Douradas, com joaninhas, rosinhas....pra que perder tempo? Tá de bobeira? Cai dentro moleque!
Ele não rói a sandália. Isso seria óbvio demais. A boa é comer a bolinha que fica na parte de trás e fingir que nada aconteceu. E quando a pessoa vai calçar, supreendentemente as tiras da sandália se soltam. Será algum espírito do mau agindo sobre a sandália? Não, é o Caco mesmo. E ele sorri com aquele sorriso canino, que você não vê por causa dos pêlos, que se escondem sobre as gengivas. Ahhhhhh moleque!!! Já foram três, vai se virar nos 30 para pagar né? Vai treinando os truques, vai, vai! 
 

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Quero o meu estresse de volta!!! E meu alto índice de cortisol também...


Quero desbravar mundo. Quero viajar. Lembrar que existe vida lá fora. E que este "apertamento" é só um mundinho que construí para me esquivar. Da rotina, que antes massacrava e agora soterra. Quem acha que vale a pena viver a vida em um apartamento é louco. Ou tem a sanidade comprometida. A mesmice me sufoca. É sair com o cachorro, brincar de bolinha, dar comida, água, comer - fazer uma esteira pra perder uns quilinhos - , acessar o computador, mandar currículo e...dormir. 

Comprei itens novos para o apartamento. Um regador, uma flor de madeira, folhinhas secas perfumadas, sementes de pimenta para afastar o mau olhado...já perdeu a graça. Era novo e, dois dias depois, já é velharia. Acostumei-me em dois dias inteiros olhando para as novas aquisições. E a pimenta não cresce, só arde os olhos. E o paladar. Que anda azedo...Eita paladar difícil de aturar! Que Deus dê paciência para me aguentar nesse período....tô chaaata! E a chatice que me invade me incomoda. Porque quem me cerca e me ama, não merece a chatice. Merece, pelo contrário, todo o amor que tenho para dar e dedicar. 

Portanto me desculpem seres terrenos! Essa alienígena aqui anda insuportável mesmo. E olha que só se passou uma semana de des(esperado) desemprego. Que essa fase acabe logo e possa novamente deitar no meu travesseiro pensando em reuniões, projetos, briefings, pautas, follows e etc. Ah...que saudades desses tempos loucos e estressantes!

Horário de Verão - Clarice Lispector


Se me perguntassem que horas são, eu me vestiria com o decoro da demência e diria que horas são no Líbano. Não é que eu quisesse enganar alguém. Mas qualquer um que tivesse a sede que tenho pelo ininteligível das existências aceitaria o horário informado e quem sabe compraria uma esfiha na esquina, induzido pelo segundo estrangeiro.
Sábado. Duas e quarenta e sete da madrugada. O horário de verão chegou a seu fim e não sei onde colocar esta hora a mais. Porque nascemos perdendo espaço, espaço que era nosso, e ganhar é quase inaceitável. Quem nos compra? Quem nos compra quem sabe encontrando um motivo pelo qual se vale a pena parar de chorar? Não sei, tento esconder esse bebê prostituta que fui. Eu não sou aquela garota. Quando eu estiver morrendo alguém me avise, preciso chorar ao berros para chamar a atenção de braços amorosos que me esperam no claro do outro lado.
Mas e essa hora nova. Essa hora nova não passa...

E não passa mesmo...afff!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Relíquia: De Vovó para mim, aos 5 aninhos de idade

Eu vi uma estrelinha
Brilhando lá no céu
Depois a estrelinha
Pulou pro seu anel.

Eu vi uma florzinha
Na grama a piscar
Depois esta florzinha
Foi seu brinco enfeitar.

Eu vi um passarinho
Num galho a cantar
Depois o passarinho
Seu rosto foi bicar.

Eu vi um raiozinho
De sol lá a brilhar
Depois o raiozinho
Foi te iluminar.

Eu vi uma barquinha
No mar a navegar
Depois nesta barquinha
Nós fomos passear.

Então vi um peixinho
Douradinho a nadar
Pesquei este peixinho
Para você brincar.

Mas a coisa mais linda
Que vi foi uma menina
Sorrindo linda, linda
Chamada Carolina. 

Maria Isabel (Vovó - Agosto 1984)

Des(esperado) desemprego

Nossa! Que estranho...é a primeira vez que estou sem emprego. Saí da agência que trabalhava na semana passada (que por motivos éticos não comentarei a razão), já são 6 dias sem nada pra pensar.

Sempre fui aquela que, mesmo de férias, acessava o e-mail do trabalho para saber o que estava rolando (workaholic? besteira!) . Meus papos sempre giravam em torno de algum projeto novo, velho, ou futuro. Sempre me dediquei muito a qualquer coisa que fiz. Foram 8 anos de Grupo Amil, onde aprendi tudo o que sei hoje, e 1 na agência web, em que tive o grande prazer de aprender mais sobre o apaixonante mundo digital. Tô de quatro aliás. Depois de muitas dúvidas sobre o que realmente me daria tesão em trabalhar, hoje tenho certeza. É nessa onda que eu vou continuar surfando. Agora estou atrás de oportunidades interessantes, que me façam crescer ainda mais e conquistar a posição que almejo: de especialista supra-sumo sobre tudo o que diz respeito a web. Não digo que estou engatinhando, pois já passei pra fase do andador, e em muito breve, saberei até sambar. Serei a Globeleza digital! E na Sapucaí da Internet, sempre tem espaço pra mais uma passista, não é mesmo?

E aproveitando o clima de carnval..."Ei, você aí, me dá um emprego aí, me dá um emprego aí..."



terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Bicho de 7 cabeças


Bicho de 7 cabeças:
Uma ama
Outra sonha
A terceira se ilude
A quarta se desilude
A quinta faz planos
A sexta os desfaz
A sétima volta ao começo 
E inicia tudo novamente

Quem disse que é preciso 7 cabeças pra pensar... 
Se no final das contas, tudo volta mesmo a ser o que era?
Basta uma, e chega né? 


sábado, 7 de fevereiro de 2009

A Matemática do Amor

O que é o amor se não um sentimento que soma

Divide

Multiplica

Mas também diminui

O  sofrimento de estar só

Na matemática  do coração sobram  dividendos

Lucros

Raízes que se consolidam

Peças que se encaixam

Como num dominó

1 + 1 = 2

Somam dois

Somos dois

Encaixes perfeitos

Amor perfeito

Perfeito

Amor.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Ode à Maria Isabel

À Maria Isabel

 

É tempo

É tempo de celebrar vitórias

Esquecer tristezas e passar a limpo 83 anos de hstória.

É tempo de exaltar a vencedora

A grande mulher que na família impera como a mais linda flor.

Suas raízes contaminam gerações...

Filhos, netos e bisnetos...

Um cico de admiradores fanáticos

Sempre prontos a regar suas pétalas.

É assim, Maria Isabel

A flor que se destaca em um enorme jardim

A criança de tranças que cresceu, mas discordo, não se descuidou

Tranformou sentimentos, sabedoria,

Venerou a família e soube passar seu recado como ninguém.

Maria Isabel não se descuidou.

Tanto que hoje, mesmo com seus cabelos cor de neve, é o ponto central da família.

Aquela com quem a gente ri, chora, desabafa, se emociona, conta piada, fofoca, fala de poesia, música, do passado, do presente e do futuro.

Ela é o nosso centro. A nossa história.

Temos muito orgulho dessa pessoa maravilhosa que é a grande, única e insubstituível...

Bebé.

Uma vida com um cachorro

Tem quem chame de filho, irmão, sobrinho. Qual é o verdadeiro parentesco?
Cachorros são essenciais. São seres que vieram para nos iluminar. Nos trazem sua alegria e vontade de viver. Brincam e nos fazem esquecer dos nossos problemas. 
Existe algo melhor do que um afago quando você está triste? Uma arranhadinha nas pernas, ou uma  lambida no rosto, esqueçam as bactérias e sujeirinhas do passeio. Isso se chama amor.
Ninguém ama mais e tão puramente quanto um cachorro. Você se torna ídolo mesmo sem merecer. Você pode não dedicar tanto tempo quanto ele deseja, porque está cheio de problemas, está cansado, ou mesmo sem vontade de passear. E ele continua te amando. Incondicionalmente.
Quem ama os animais tem sorte. Porque com certeza viverá sempre acompanhado, mesmo quando se sente sozinho. É uma companhia alegre, recheada de brincadeiras e diversão. 
O que pode existir de melhor do que chegar em casa, depois de um dia exaustivo, e ter aquela recepção calorosa, cheia de boas intenções? Ele pode destruir sua casa, seus móveis, seu sofá, e você vai continuar achando-o lindo. Porque ele merece. Merece nosso amor. 
Já vivi experiências maravilhosas com cachorros. Um Cocker adoravelmente rabugento, que dava a patinha, nadava como um campeão e me enchia de mimos. E o Yorkshire linguarudo? Foi anti-social até quando podia, mas se rendeu aos encantos de um carinho gostoso, e se tornou o líder da família. O que dizer de um grande, grande mesmo, Golden Retriever, estabanado, que te joga no chão? Mas meu amor, meu querido amor, é meu companheiro, Caco, meu Schanuzer que um dia foi branco e agora, meio amarelado, conquistou meu coração. 

Heroína

Não uso capa. Nem tenho visão além do alcance. Não enxergo através dos objetos. Não consigo ser invisível, mesmo muitas vezes querendo. Minha força não vem dos músculos. Não gosto de espinafre. Não fico verde quando me irrito. Não tenho um carro super equipado. Gostaria de voar, mas tenho os pés no chão. Não tenho um parceiro que usa máscara nos olhos. Prefiro aqueles que não usam máscaras. Não tenho um irmão gêmeo que se transforma em cubo de gelo. Mas três que me fazem usufruir da beleza da união e do amor fraterno. Gostaria de ter um cavalo alado, mas só tenho o meu cachorro que, com seus super poderes hiperativos conseguiu, no máximo, destruir meu sofá, meus móveis e me levar pra passear quando ELE deseja. E não se tornou meu inimigo, mas meu companheiro fiel.

Porém, enfrentei desafios por muitos instransponíveis. Trabalhei em uma empresa em que meu pai era o presidente. Superei críticas a uma suposta predileção. Engoli sapo e não engasguei. Gosto dos anfíbios, eles me fazem forte. Atingi 2,0m de altura, mesmo tendo somente 1,68m. Porque aprendi a crescer mesmo com os obstáculos. Fui chata para comer e hoje como até camarão, ostra e coelho, mesmo sendo meu primeiro bicho de estimação. Me sentia feia, tinha milhões de espinhas e hoje me orgulho das minhas marcas, me fizeram dar a cara a tapa. Apanhei da vida. E ainda vou apanhar, pois ainda vou atingir 3,0m. E não existe crescimento sem sacrifício.

Para colher os frutos, plantei algumas sementes. Árvores que um dia vão crescer e me dar ainda mais frutos. Tinha medo de dormir sozinha, hoje moro sozinha. Via fantasmas e hoje meus fantasmas são muito reais e não fruto da minha imaginação. Venci meus medos, adquiri outros. Fiz planos e refiz, aperfeiçoei-os. Sou brava, sou forte, sou filha do meu norte (com a licença poética de Gonçalves Dias).

Prazer, meu nome é Carolina.

Estranha no ninho


Sempre me senti como uma estranha no ninho. A famosa ovelha negra que Rita Lee canta em sua canção. Fui adolescente rebelde, mas sem comparar com a rebeldia dos anos 60, apenas tinha vontade de me impor. De descobrir quem eu era. Para isso me expus, dei a cara a tapa. Fiz parte de grupos, me excluí de outros que não me interessavam. Paguei por apostar em amizades efêmeras, quando poderia ter construído outras duradouras. Toda escolha tem uma renúncia. 

Fui boa e má aluna. Quase repeti de ano e fui salva por um sistema falido de dependência escolar, em que você cumpre as matérias que repetiu no ano seguinte. Entre Física, Química e Matemática, me restou o meu querido Português, interpretativo, não gramático, pois nunca foi o meu forte. Devorei livros e eles me devoraram. E me ajudaram a me decifrar.

Mesmo me encontrando profissionalmente, me sentia estranha. Porque vim de um ninho partido que, por mais que tentassem me preservar, me tornou estranha. A estranha que sempre teve uma vida dividida e ao mesmo tempo compartilhada. Cercada de dois mundos completamente diferentes que me fizeram aprender a crescer e perceber nuances que muitos não percebem. Porque só conhecem uma realidade.

Sou feliz, e é uma felicidade estranha, porque é um amor por dois mundos, e eu estou no meio deles. Tentando ser neutra, mesmo que neutro seja mesmo só sabão. E de côco. Tenho paixão pelo estranhamento, ele me fascina. Sempre me senti assim, estranhamente única. Não como prepotente, mas como alguém que nasceu com uma missão. Que ainda não descobri, mas vou descobrir. Não serei só uma frase batida. Ainda tenho muito o que construir. 

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Sou uma hipérbole


Eu tenho o maior amor do mundo
O amor mais puro
Aquele que não cabe no peito

Amo tanto e tão intensamente
Que às vezes esqueço de amar
O que está presente

Sempre amei assim
Já sofri dores
E desesperos

Já rodei mundo
Procurei o escondido
Encontrei o que não procurava

Prometi
E não cumpri

Paixões intensas vivi
Revelei medos
Medos se revelaram
Para mim

Criei poesias
Já dei flores
E recebi

Já fui exagerada
Comedida
Chorei
E ri

Já me controlei
Me descontrolei
Fui adulta
E criança

Já tive esperança
Fiz planos
E desfiz

Sofri uma queda
Dei a volta por cima
E me reergui

Hoje sou forte
Firme e forte
Venci.


Obra de arte

Seus olhos cor-de-mel
Adoçaram minha vista
Um grisalho platina
Que outro dia 
Era apenas aquele moreno
Virou homem feito
Com um ou outro defeito
Nada desesperador

Seus olhos se cruzaram
Suas mãos se encontraram
A energia emanou de seus peitos
E os corações, que apenas vagavam,
Entrelaçaram-se
Unidos pela paixão
Com emoção
Apaixonaram-se

Juntos seguem a vida
Uma jornada contra a rotina
Meses que se passam
E se fortalecem
Planos sonhados
Presente realizado
Futuro que a Deus pertence
Passado é aprendizado

Amor construído
É como uma obra de arte:
Precisa de planejamento
Estudo da forma
Pinceladas improvisadas
Cores, muitas cores
Pode ser impressionista
E deve impressionar
A quem um dia
Ousou duvidar