sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Heroína

Não uso capa. Nem tenho visão além do alcance. Não enxergo através dos objetos. Não consigo ser invisível, mesmo muitas vezes querendo. Minha força não vem dos músculos. Não gosto de espinafre. Não fico verde quando me irrito. Não tenho um carro super equipado. Gostaria de voar, mas tenho os pés no chão. Não tenho um parceiro que usa máscara nos olhos. Prefiro aqueles que não usam máscaras. Não tenho um irmão gêmeo que se transforma em cubo de gelo. Mas três que me fazem usufruir da beleza da união e do amor fraterno. Gostaria de ter um cavalo alado, mas só tenho o meu cachorro que, com seus super poderes hiperativos conseguiu, no máximo, destruir meu sofá, meus móveis e me levar pra passear quando ELE deseja. E não se tornou meu inimigo, mas meu companheiro fiel.

Porém, enfrentei desafios por muitos instransponíveis. Trabalhei em uma empresa em que meu pai era o presidente. Superei críticas a uma suposta predileção. Engoli sapo e não engasguei. Gosto dos anfíbios, eles me fazem forte. Atingi 2,0m de altura, mesmo tendo somente 1,68m. Porque aprendi a crescer mesmo com os obstáculos. Fui chata para comer e hoje como até camarão, ostra e coelho, mesmo sendo meu primeiro bicho de estimação. Me sentia feia, tinha milhões de espinhas e hoje me orgulho das minhas marcas, me fizeram dar a cara a tapa. Apanhei da vida. E ainda vou apanhar, pois ainda vou atingir 3,0m. E não existe crescimento sem sacrifício.

Para colher os frutos, plantei algumas sementes. Árvores que um dia vão crescer e me dar ainda mais frutos. Tinha medo de dormir sozinha, hoje moro sozinha. Via fantasmas e hoje meus fantasmas são muito reais e não fruto da minha imaginação. Venci meus medos, adquiri outros. Fiz planos e refiz, aperfeiçoei-os. Sou brava, sou forte, sou filha do meu norte (com a licença poética de Gonçalves Dias).

Prazer, meu nome é Carolina.

Nenhum comentário: